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Café especial do Caparaó ganha força com jovens produtores

O Dia Nacional do Café, comemorado neste sábado (24), representa mais do que o apreço dos brasileiros por uma boa xícara da bebida. Instituída em 2005 pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic), a data simboliza o início da colheita nas principais regiões produtoras do país e presta homenagem a um setor que impulsiona a economia e enche de orgulho milhares de famílias em todo o Brasil.

No Caparaó, entre montanhas que unem Espírito Santo e Minas Gerais, o café é mais que cultivo: é herança viva, passado que vira presente nas mãos de jovens produtores. Ali, a tradição corre nas veias e atravessa gerações. Aos poucos, a sucessão familiar vai tomando forma, renovando o campo com inovação e cuidado.

Um exemplo é a família Lacerda. O patriarca, Onofre, começou a lidar com café ainda menino. Hoje, com 80 anos, vê o filho José Alexandre e o neto João Vitor levarem adiante um legado construído com esforço, paixão e visão de futuro. José Alexandre apostou na qualidade. Investiu em variedades como Caparaó Amarelo, Catuaí Vermelho e Gueixa, e em processos diferenciados. João Vitor, com apenas 22 anos, já ganhou destaque nacional ao conquistar o segundo lugar no concurso Coffee of the Year 2023.

Para eles, permanecer no campo é mais que escolha profissional — é a chance de manter a família unida, com qualidade de vida, cultivando um produto com identidade e origem.

A história se repete na família Protazio. Manoel Protazio cultiva café em propriedades no ES e em MG, bem na divisa do Parque Nacional do Caparaó. Desde os tempos do pai, na década de 1940, a família mantém viva a agricultura familiar. Hoje, filhos, netos, noras e genros trabalham juntos para produzir cafés especiais e premiados. Com o apoio de estruturas como o descascador comunitário, a qualidade subiu, os reconhecimentos vieram e a tradição se fortaleceu.

Para impulsionar esse movimento, o Caparaó conta com eventos como o Conexão Caparaó, promovido pela Aprupem, que une jovens produtores em torno de conhecimento, inovação e valorização do território. Os cafés da região têm reconhecimento formal com três Indicações Geográficas (IGs): Caparaó e Montanhas do Espírito Santo para o arábica, e Espírito Santo para o conilon.

A analista do Sebrae/ES, Jhenifer Soares, destaca que o perfil dos produtores está mudando. Jovens que antes deixavam o campo para estudar agora voltam com bagagem técnica, visão de mercado e ideias novas. Investem em cafés especiais, estratégias digitais e canais diretos de comercialização, conectando marcas a consumidores no Brasil e no exterior.

Nos eventos do setor, como a Semana Internacional do Café e a feira da Acaps, são esses jovens que lideram estandes, negociam com compradores e mostram que tradição e inovação podem — e devem — andar de mãos dadas.

O futuro da cafeicultura capixaba já começou. E ele tem cheiro de café especial, sabor de história familiar e o olhar atento de uma nova geração que decidiu continuar cultivando raízes no Caparaó.

Fonte: Sebrae

Walter Luiz

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